Eles tem sede de matar
Mas aqui
Só quem tá pronto pra morrer
Que forma o batalhão" Nação da Cruz - Daniela Araújo
“Mas Pedro, respondendo, disse-lhe: Ainda que todos se escandalizem em ti, eu nunca me escandalizarei. Disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, três vezes me negarás.”
Mateus 26:33-34
Pedro demonstrou o desejo de nunca se envergonhar ou de negar a Jesus, mas assim que pressionado sua primeiro atitude foi de negar a Jesus e se esconder de quem ele era, discípulo de Cristo.
Ele não só negou a Cristo, como negou também quem ele era em Cristo.
Logo após o canto do galo, Pedro chorou em arrependimento.
Eu fico pensando o que Pedro deve ter pensado ao ouvir o canto do galo e notar de imediato que ele havia negado a Jesus, assim como Ele o tinha dito. Talvez ele sentisse vergonha, além da amargura que o tomou. Mas ele deve ter se questionado de suas motivações, por que agiu de tal maneira, por que lhe faltou coragem em assumir quem ele era, por que negar a alguém que havia lhe transformado? Ou por que negar a sua transformação?
Pedro é a prova viva de que palavras não acompanhadas de atitudes não valem absolutamente nada. Pedro é a prova de que a sabedoria não consiste em ter uma resposta sempre pronta, e sim responder certo as questões que nos colocam a prova.
Quais eram as motivações de Pedro?
Provavelmente não era entregar a sua vida para que Deus fizesse o que lhe bem aprouver. Provavelmente a motivação de Pedro era estar assentado ao lado de Jesus lá no paraíso, mas ele não havia se dado conta do longo caminho que precisaria percorrer para se assentar com Deus. E pelo que podemos ver, tão árduo que levou Jesus a morte, e sabemos que outros tantos depois de Jesus também foram levados a morte por causa do evangelho.
O evangelho é um lugar seguro, tão seguro que com toda a certeza que existe, ele diz onde estaremos no fim, se crermos e nos entregarmos a ele. Mas o evangelho de modo algum é confortável. Se assim ele tem sido para você, provavelmente não está seguindo o evangelho como ele é, e certamente seu futuro não estará tão assegurado assim.
Talvez Pedro esperasse o conforto e ao invés disso, foi levado ao extremo. Viu o seu mestre ser traído e levado para o julgamento.
Em situações extremas somos levados a provar o que dissemos e o que pensávamos. A nossa palavra e a nossa fé são postas a prova e é quando decidimos se deixaremos que Ele faça de nossas vidas a sua vontade. A vontade de Jesus é que nós permaneçamos sempre ao lado dEle, independente do perigo que isso nos traga. Permanecer na vontade de Deus, levou Jesus a morte, mas como Ele mesmo disse, Ele podia clamar aos anjos que o salvassem, mas essa não era a vontade do Pai. Devemos nos questionar se nossa motivação é estar na vontade de Deus, ou se nossa motivação é nos manter a salvo dos perigos.
Provavelmente elas não se combinem.
Ajuste a sua motivação. O fim é certo!
"...a utilidade da xícara está em poder esvaziar-se." Bruce Lee
Em geral, as coisas são feitas para preencher vazios.
Os móveis são feitos para preencher os espaços dentro de um determinado lugar, tudo simetricamente encaixado, pensado, para preencher.
Preenchemos até dentro deles. Até que não caiba mais roupas, não paramos de preencher o guarda-roupas, ou tentar.
Ao entrar em uma casa vazia, nossa mente rapidamente nos leva a imaginar a mobília dentro dela, por vezes, completamos lugares vazios.
Preenchemos os copos, enchemos de água até transbordar e nem sempre é sede. Às vezes é a compulsão por preencher.
Já vi das formas mais diversas de preencher, mas acredito não ter visto tudo.
É pensando nisso que muitas coisas foram criadas. Muitas datas talvez, tenham sido criadas cirandando em torno dos vazios que foram notados; A olho nú.
Quando se trata do palpável, o vazio nos deixa ligeiramente incomodados. Pensamos em como preencher, raciocinamos, fazemos contas, medimos, e só depois, preenchemos. Mas quando se trata do que não se pode ver e nem tocar, o impalpável universo do nosso interior, ficamos cegos.
O vazio invade o nosso subconsciente, nos faz aprender a conviver com ele, mas nos faz constantemente tentar preenche-lo de forma massiva, irracional.
Só iremos parar, quando nos sentirmos completamente cheios, preenchidos.
Antes disso, buscaremos nas coisas, nas mais absurdas coisas.
Preencher nos traz uma satisfação leve e passageira, nos sentimos completos por um breve momento. Devemos nos apegar ao que é eterno e não ao passageiro. O que é passageiro nos sustenta por um determinado período, mas vai embora. O eterno nos mantém dia após dia, sem nos desamparar jamais.
Feridas e traumas são como buracos negros, sugam o que podem e nunca se fecham. Curamos as pequenas e cultivamos as grandes. Seja com o consumismo ou com relacionamentos errados e incoerentes, a nossa alma tem sede por preencher as feridas e traumas. Nos vemos dentro dos mais variados vícios, nos perdendo de quem somos e nossa atenção é dada à aquilo que nos traz a ilusão de completude.
Pensamos em encher, mas nunca em esvaziar. Talvez este, seja o segredo.
Com o passar dos anos, vamos agregando lacunas em nossa alma e jamais pensamos em esvaziar todo o resto, em deixar para trás o que aprendemos e seguir em um novo universo e conceito.
Só há um único jeito de extinguir lacunas, mesmo as maiores e aparentemente impossíveis de se aniquilar. Só o amor é capaz de fazer inexistir as dores e pesadelos da alma. As demais ações irão apenas maquiar, mascarar, mas no fundo, tudo continuará lá e quando menos esperar, tudo reaparecerá.
É necessário abrir mão da dor, abrir mão de si mesmo, abrir mão do que pensou ter construído dentro de você e se deixar encher de amor. Não como o mundo nos apresenta, mas como Ele está disposto a nos apresentar.
O primeiro passo para preencher, é esvaziar-se.
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